Harry Potter e a Pedra Filosofal
(Por Andreisa Caminha)
 

Em 1997, a escritora J. K. Rowling, até então desconhecida no mundo literário, lançou no mercado britânico, através da editora Bloomsbury, “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, primeiro livro da série cujo personagem principal é o bruxinho que conquistou não somente a literatura infanto-juvenil, como também os cinemas mundiais. Embora tenha recebido uma repercussão positiva logo no começo, a obra apenas chegou às livrarias brasileiras em 2000, quando foi publicada pela Rocco.

 

Sucesso de vendas ao redor do mundo, o livro não poderia fazer feio com o público de nosso país. Apostando alto, a Rocco logo permitiu uma tiragem inicial de 50 mil exemplares, os quais foram vendidos rapidamente. Vale ressaltar que, no Brasil, uma obra literária, para ser considerada um best-seller, precisa vender aproximadamente 20 mil exemplares. Já no mercado brasileiro infanto-juvenil, um livro desse gênero geralmente atinge o marco de 5 mil vendas. Logo, nota-se o incrível sucesso, desde o início, de Harry Potter.

Obviamente, a primeira história foi marcante, pois trouxe a apresentação de um mundo mágico de uma maneira antes ainda não vista. Mesclando um pouco de realidade com elementos de magia de uma maneira que agrada o público em geral, principalmente o composto por crianças e adolescentes, J. K. Rowling, com toda a sua criatividade, foi responsável por dar vida aos carismáticos personagens principais Harry Potter, Hermione Granger e Rony Weasley, além de nos conduzir a um mundo misterioso e novo habitado pelas suas criações. Surpresas não faltam no cenário de Hogwarts, a escola de bruxos mais famosa do universo criado por Rowling.

Publicado em 64 idiomas, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” continua alcançando fãs ao redor do mundo. Recentemente, a rede britânica de livrarias Waterstone preparou uma lista a qual fazia uma seleção dos 25 melhores livros escritos nos últimos 25 anos. Mesmo tendo sido lançada há um tempo, a primeira obra literária do bruxinho adolescente conseguiu o topo da listagem, mostrando que o sucesso, até dos primeiros projetos, ainda é inegável.

A história, como era de se esperar, é bastante introdutória. No início, somos apresentados ao cotidiano de Harry Potter, o qual vive na rua dos Alfaneiros com os Dursley, família de trouxas (não-bruxos) composta por Tia Petúnia, Tio Valter e Duda. Este último é primo do protagonista e principal responsável por infernizá-lo. No mundo real, Harry dificilmente conseguia amigos e sempre ficava com os restos de Duda. Constantemente esquecido, o menino se surpreende ao receber uma carta, fato o qual jamais havia acontecido antes. No entanto, para infelicidade do garoto, seus tios não permitem que a correspondência seja aberta, fazendo com que Harry mantivesse uma curiosidade imensa. Após várias tentativas de fazer com que a carta chegasse às mãos do menino, os Dursley decidem abandonar por um tempo a casa e irem a um local deserto, com a esperança de que não tentassem entrar em contato novamente o jovem.

Todavia, em um momento inesperado, Rubeo Hagrid invade o lugar. Surpreendentemente, o homem tem uma altura bastante avantajada, deixando todos com medo. Logo, dá uma notícia a Harry: o menino era filho de bruxos bastante bem sucedidos e havia sobrevivido a uma catástrofe impossível de ser imaginada. A missão de Hagrid é levar o bruxinho de 12 anos a Hogwarts, escola de magia e bruxaria mais famosa do mundo. Animado, Potter aceita entrar nessa nova jornada, indo de imediato, ao lado do gigante, comprar o material escolar. Varinhas, roupas, corujas, vassouras, penas, livros com teor diferente do normal fazem parte da lista. A partir daí, Harry é levado a um universo antes jamais imaginado por ele, um mundo mágico onde, devido à forma como sobreviveu a um ataque de um dos bruxos das trevas mais temidos, é bastante famoso. O então esquecido Harry torna-se conhecido por inúmeras pessoas, que fazem questão de cumprimentá-lo.

Após um tempo, o garoto é encaminhado à plataforma 9 e ½, onde pegaria o trem para Hogwarts. Lá, surpreende-se com mais descobertas e começa a ser amigo de Rony Weasley, garoto ruivo advindo de uma família de bruxos. Também conhece vários outros companheiros como Hermione Granger, com a qual faria amizade depois, e Neville Longbottom. Logo, Potter, Weasley e Granger tornam-se inseparáveis, cada um apoiando a si próprio, como um trio difícil de ser separado. Todos os três fazem parte da casa Grifinória, principal rival da Sonserina, da qual Draco Malfoy, um dos meninos mais insuportáveis que Harry conheceu, faz parte.

Embora nunca tenha experiência em voar em vassouras, Potter logo se destaca e passa a ser apanhador do time de quadribol da Grifinória, esporte bruxo tão famoso que, no mundo real, pode ser equiparado à fama do futebol. Tamanho é o destaque do menino a ponto de ele se tornar o jogador de quadribol mais jovem do século. Em meio a disciplinas introdutórias e importantes como Poções, ministrada pelo professor Snape, Defesa Contra Arte das Trevas, dada pelo professor Quirrell, e Transfiguração, ensinada pela professora Minerva, o garoto vai descobrindo cada vez mais à respeito do mundo bruxo. No entanto, o menino não se encontra em Hogwarts apenas para aprender através dos livros e começa a se meter em confusões jamais imaginadas.

Ao lado de Hermione e Rony, Harry descobre que Hogwarts guarda em seu castelo a rara pedra filosofal, com o uso da qual qualquer pessoa pode transformar um metal inferior em ouro e obter o Elixir da Longa Vida, o qual prolonga a vida de alguém indefinidamente. Anteriormente, a pedra estava em posse do banco de Gringotes, local mais seguro, afora Hogwarts, no entanto, a procura pelo objeto pareceu perigosa, o que fez com que o diretor da escola, Alvo Dumbledore, passasse a temer. O protagonista e seus amigos logo passam a desconfiar que o Professor Snape estaria aliado ao Lorde Voldemort, conhecido como Você-Sabe-Quem, bruxo das trevas responsável por assassinar os pais de Harry e tentar matar o menino também. Passando um tempo sumido, Lorde das Trevas procurava uma maneira para ressurgir e pôr fim a vida de Harry. Aparentemente, para os meninos, Snape estava vinculado ao mundo maligno.

Tentando proteger a pedra das mãos de forças do mal, os meninos vão à procura do objeto, que se encontra em um calabouço, o qual é guardado por um cão de três cabeças, e protegido por várias magias. Após conseguir uma maneira de passar pelo animal citado e quebrar as magias, Harry se vê cara a cara com Lorde das Trevas. Uma luta, de certa forma, é travada, então, fazendo com que o menino temesse pela sua vida e se surpreende-se devido a alguns fatos. A história tem um fim esperado, obviamente.

Após tamanho sucesso do primeiro livro, uma adaptação cinematográfica se mostrou imprescindível. Portanto, em 2001, chegou aos cinemas mundiais o filme “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. O sucesso da obra literária foi facilmente transmitido para as telonas. O primeiro longa-metragem protagonizado pelo bruxo adolescente quebrou um recorde de melhor estréia em um final de semana da história, arrecadando, em somente três dias de exibição, US$ 93,5 milhões. Vale ressaltar que o projeto inteiro custou US$ 125 milhões, valor que demonstra que, em poucos dias, o filme conseguiu faturar o seu orçamento. No mundo inteiro, arrecadou uma quantia superior a US$ 970 milhões.

A positiva repercussão da obra literária fez com que vários diretores se interessassem pela adaptação. Após a produção ser sondada por Steven Spierlberg (“Guerra dos Mundos”), Rob Reiner e M. Night Shyamalan (“Corpo Fechado”), o escolhido foi o cineasta Chris Columbus, que já possuía experiência com o público infanto-juvenil, uma vez que trabalhou em “Esqueceram de Mim” e “Uma Babá Quase Perfeita”. O diretor conseguiu dotar o longa-metragem de um aspecto introdutório não maçante, fazendo com que o público se envolvesse e passasse a esperar com mais ansiedade a segunda adaptação. Também neste projeto foi apresentado ao mundo o ator Daniel Radcliffe, responsável por interpretar Harry Potter. O processo para escolha do protagonista, por sinal, durou bastante tempo e o papel foi concorrido por mais de 60 mil jovens atores.

Apesar de figurar uma introdução, “Harry Potter e a Pedra Filosofal” serviu para que as pessoas passassem a simpatizar com o bruxinho e se sentissem parte do mundo mágico tão envolvente criado por Rowling e transpassado para as telonas pela direção de Columbus. O sucesso da primeira produção fez com que outros livros da série fossem adaptados para o cinema. De forma esperada, Potter e seus amigos alcançaram cada vez mais fãs.


 

 

Harry Potter e a Câmara Secreta
(Por Diego Benevides)

Depois de impedirem que Voldemort se apoderasse da Pedra Filosofal, a escritora J.K. Rowling constrói no segundo livro da saga Harry Potter uma história misteriosa acerca de uma câmara que teria sido construída no castelo de Hogwarts. “Harry Potter e a Câmara Secreta” mostra o segundo ano do bruxinho na escola de Hogwarts. Aos doze anos, Harry ainda vive sobre a guarda dos tios trouxas Válter e Petúnia, além da péssima companhia do mimado primo Duda. Estranhando não ter recebido nenhuma correspondência dos amigos que fez no ano letivo anterior em Hogwarts, Harry acaba sendo surpreendido pela visita de Dobby, um elfo doméstico que não desfruta de muita auto-estima. Se emocionando com o simples convite de Harry a se sentar com ele, Dobby se pune pela mais simples das coisas. O pequeno elfo revela que pegou as cartas enviadas pelos amigos de Harry durante as férias para que este achasse que seus amigos não se importavam com ele, fazendo com que Harry não retornasse a Hogwarts. Prevendo que aconteceriam coisas terríveis na escola, Dobby tenta convencer Harry a ficar com os tios, mas foi em vão.

 

O barulho que o elfo fez acabou perturbando os tios Dursley que estavam recebendo visitas importantes. Aprontando mais uma para Harry, Dobby acaba gerando uma confusão e fazendo com que Valter aprisione Harry em seu quarto, com direito a grades de ferro. É aí que Rony, Fred e Jorge aparecem em um carro voador para resgatar o bruxinho. Depois de quebrar as grades e fugir dos tios, Harry é levado a casa dos Weasley e conhece uma realidade totalmente diferente. Lá, conhece os pais de Rony e a pequena Gina, que parece nutrir sentimentos ocultos pelo amigo do irmão. Arthur Weasley, o pai da família, é do Ministério da Magia, da seção de Mau Uso dos Artefatos dos trouxas e adora conhecer mais sobre essas pessoas que não possuem ligação com magia. Tentando questionar Harry sobre o estranho mundo dos trouxas, os garotos recebem os convites para se prepararem para o ano letivo de Hogwarts e decidem ir ao Beco Diagonal comprar os livros da lista de material. Sendo levados ao Beco através do Pó de Flu, Harry acaba se perdendo dos Weasley ao errar o uso do Pó, parando em um lugar sombrio.

Vendo-se ameaçado por alguns bruxos, eis que surge o grandalhão Hagrid na Travessa do Tranco, que o leva para a parte mais civilizada do Beco. Mais tarde, encontra Hermione, que o leva para onde estavam Rony e os outros. No meio do lançamento de mais uma das obras de Gilderoy Lockhart, Harry acaba despertando a inveja de Draco Malfoy, que sentiu-se inferiorizado por Harry ser uma celebridade no mundo dos bruxos. Acompanhado pelo pai, Lucio Malfoy, a família Weasley é humilhada pelos loiros arrogantes, mas logo conseguem se livrar da dupla.

Com tudo pronto para pegar o trem para Hogwarts, Harry e Rony acabam se surpreendendo por não conseguirem atravessar a parede da Plataforma 9 que dá para a estação de trem. Com medo de perder mais um período de aventuras e aprendizado, os dois decidem pegar o carro voador e seguir o trem pelos ares, até chegarem a Hogwarts. O que eles não esperavam era que ao chegar na escola, uma árvore gigante os colocaria em perigo e deixaria o carro dos Weasley em péssimo estado, além de quebrar a varinha de Rony. Como se não bastasse a calorosa recepção, o Professor Snape briga com os garotos por terem feito mau uso do carro mágico no mundo dos trouxas, o que causou manchetes nos jornais. Entretanto, Harry e Rony seriam salvos pela bondade de Alvo Dumbledore que define que a Professora Minerva McGonagall, chefe da Grifinória, decida a punição para os garotos, anulando uma possível expulsão que Snape poderia decretar, caso os bruxos fossem da Sonserina. Como punição, ficou decidido que as famílias seriam avisadas do ocorrido, além de que os dois deveriam cumprir um período de detenção prestando serviços para a escola. Rony recebe um berrador com uma bronca histérica de sua mãe, enquanto Harry precisa ajudar o novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas, Gilderoy Lockhart, o mesmo que havia encontrado no Beco Diagonal.

Com as aulas de mais um ano letivo começando, a Professora Sprout apresenta aos alunos a Mandrágora, uma espécie de planta que serve para fazer com que pessoas petrificadas voltem ao normal. Dotadas de um grito infernal que pode deixar as pessoas inconscientes, as mandrágoras jovens ainda não têm tanto poder de irritação assim, sendo preciso apenas um tapa-ouvido para não entrar em colapso. Enquanto isso, Gilderoy apresentaria desastrosamente aos alunos os Diabretes da Cornualha. Como Hogwarts não é só aula, as equipes de Quadribol continuam treinando para se destacar na escola e a mais recente novidade é que o desagradável Draco virou apanhador da Sonserina. Munido de uma Nimbus 2001, uma vassoura potente e invejável, tenta inferiorizar Harry e os jogadores da Grifinória, obviamente fracassando.

Após cumprir quatro longas horas de detenção ao lado de Gilderoy, Harry começa a escutar estranhos sussurros chamando-o. Ao voltar para seu quarto, o garoto se depara com uma inscrições feitas à sangue na parede de um dos corredores: “A Câmara Secreta foi aberta. Inimigos do herdeiro. Cuidado.” Junto à frase, a gata de Filch, Madame Nora, estava petrificada e indicava que teria sido seu sangue o usado na inscrição. Como Harry foi o primeiro a chegar no local, logo virou o principal suspeito, sendo ameaçado, inclusive, por Filch.

Em uma das aulas da Professora Minerva, a curiosa Hermione pede para que explique a todos sobre a tal Câmara Secreta. Segundo a professora, há mais de mil anos a escola de Hogwarts teria sido fundada pelos quatro bruxos e bruxas mais poderosos de todos os tempos: Godrico Grifinória, Helga Lufa-Lufa, Rowena Cornival e Salazar Sonserina. Três deles desfrutavam de uma grande harmonia, enquanto Salazar defendia que a escola deveria ser mais seletiva quanto aos alunos, impondo que o ensino da magia deveria ser limitado somente às famílias de mágicos, excluindo aqueles que seriam “sangue ruim”, ou seja, com descendência trouxa.

Sem conseguir persuadir os outros três bruxos, Salazar deixou a escola e segundo reza a lenda, construiu uma Câmara Secreta no castelo e, pouco antes de partir, a selou até a hora em que um herdeiro legítimo retornasse para a escola e conseguisse destrancá-la. Apenas um herdeiro seu conseguiria libertar o terror nela escondido e, ao fazer isso, eliminar todos aqueles alunos que, como pensava Salazar, não eram merecedores de estudar magia. Minerva contou também que, após o ocorrido, a escola foi vasculhada várias vezes, mas a Câmara nunca foi encontrada. A lenda afirma que a Câmara abriga um monstro que só o herdeiro de Salazar consegue controlar.

Como era de se esperar, Harry, Rony e Hermione começaram a levantar hipóteses que pudesse revelar quem seria o tal herdeiro. Suspeitando que Draco seria o culpado pelo caos que começara a ameaçar Hogwarts, Hermione sugere que o garoto seja investigado. Para isso, o plano é tomar a Poção Polissuco descrita no livro “Poções Muy Potentes” e fazer com que Harry e Rony se transformem fisicamente em Crabbe e Goyle, fieis escudeiros de Draco. Entretanto, a poção ficaria pronta somente em um mês. Enquanto isso, deveriam ficar atentos a qualquer outro sinal que incriminasse o Draco ou revelasse novidades sobre o herdeiro.

Durante uma partida de Quadribol, Harry acaba quebrando o braço após ser perseguido por uma bola Balaço aparentemente adulterada. Ao se recuperar na enfermaria, encontra-se de novo com o elfo Dobby e descobre que ele foi o responsável por fechar a passagem do portal, impedindo que Harry pegasse o trem para Hogwarts. Antes de sumir, Dobby contou a Harry que a Câmara havia sido aberta outra vez, mas não deu detalhes. É quando chega à enfermaria o pequeno Colin Creevey, aspirante a fotógrafo que havia sido petrificado. Acompanhado pelos professores, Dumbledore afirma que Hogwarts já não está segura e que todos deviam ter cuidado. Dumbledore fala à Minerva que a não é a primeira vez que a Câmara é aberta e que já havia espalhado pânico entre os alunos, confirmando o que Dobby dissera anteriormente a Harry.

Em mais uma aula de Defesa Contra a Arte das Trevas, o Professor Gilderoy pediu a participação de Snape, professor de Poções, para uma demonstração em classe. Tendo sido instruído a ensinar ataques para os alunos, vista a situação de perigo que poderiam enfrentar em breve, Gilderoy e Snape demonstram ataques e escalam Harry e Draco para tentarem desarmar um ao outro. No meio dos ataques, surge uma cobra e, para a surpresa de todos, Harry se comunica com ela, revelando-se um ofidioglota, ou seja, capaz de conversar com serpentes, dom incomum entre os bruxos e, por coincidência ou não, dom que Salazar Sonserina possuía.

Pondo o plano do trio adiante, Hermione prepara o Polissuco em um banheiro inutilizado pelos alunos e lar da Murta Que Geme, uma fantasma carente e com ar infantil. Ao tomar a poção, os garotos se transformam nos amigos de Draco, enquanto Hermione vira um gato, percebendo que usou os cabelos errados na poção. Enquanto Harry e Rony agem estranho com Draco, o efeito do Polissuco passa rápido e os meninos acabam fugindo do loiro. Ao mesmo tempo, mais um aluno foi encontrado petrificado, bem como o fantasma Nick Quase Sem Cabeça.

Ao se deparar com um alagamento no banheiro de Murta Que Geme, Harry acha um livro que se revela ser de um tal de Tom Servoleo Riddle. Percebendo que o diário absorve a tinta da caneta e é capaz de revelar frases imediatas, Harry pergunta se o livro pode revelar algo sobre a Câmara Secreta, obtendo um não como resposta. Porém, o livro de Tom o leva a uma viagem há 50 anos, quando o Hagrid foi acusado de abrir a Câmara. Sem entender muito do que aconteceu, Harry ficou mais transtornado ainda quando voltou à realidade e descobriu que Hermione também havia sido petrificada. Novas regras foram adotadas para proteger os alunos e evitar com que Hogwarts seja fechada.

Pretendendo descobrir mais segredos sobre a Câmara, Harry e Rony usam a capa de invisibilidade para quebrar as regras e visitar Hagrid fora do horário estabelecido pela escola. Dumbledore e o Ministro da Magia, Cornélio Fudge, acabam aparecendo na casa do grandalhão intimando uma prisão temporária, já que Hagrid havia sido acusado há alguns anos de ter aberto a Câmara. Como se não bastasse, Lucio Malfoy aparece com outra intimação, mas agora para Dumbledore, fazendo com que se afastasse da administração de Hogwarts. Dumbledore aceita o afastamento, já que doze assinaturas dos conselheiros decretaram isso. Hagrid vai para a prisão em Azkaban, mas antes dá uma pista aos garotos, momentaneamente invisíveis, de que algumas respostas seriam dadas caso eles “seguissem as aranhas”.

Ao procurar as aranhas, Harry e Rony percebem que elas estão indo em direção à Floresta Negra, lugar proibido de ser freqüentado. Meio a tantos aracnídeos, a dupla se depara com a aranha gigante Aragogue, ex-animal de estimação de Hagrid, da época em que fora acusado de abrir a Câmara Secreta. Aragogue conta que Hagrid fora acusado injustamente, já que não tivera culpa, além de afirmar que o monstro nascera no próprio castelo. Como tudo estava muito calmo para uma floresta escura e solitária, Rony alerta Harry que muitas aranhas estão aparecendo e Aragogue diz que não é pelo dos dois serem amigos de Hagrid que suas filhas aranhas pouparão a vida dos garotos. Vendo-se sem saída, eis que surge o carro mágico dos Weasley e os levam para fora da floresta.

Com o susto passado, os dois visitam Hermione na enfermaria e descobrem que, no momento em que ficou petrificada, estava segurando um papel que mostrava a existência de um Basilisco, um animal perigoso capaz de viver centenas de anos e que mata suas vítimas se estas olharem fixamente em seus olhos de serpente. Outro detalhe sobre o Basilisco é que as aranhas têm medo da criatura. Junto com as informações, Hermione havia rabiscado que o Basilisco só poderia estar vivendo nos encanamentos do castelo. Ora, com tudo muito bem explicado, só faltava saber o por quê das vítimas terem sido apenas petrificadas, e não mortas, já que se depararam com a Cobra. Harry chega a conclusão que as vítimas não olharam diretamente para o Basilisco, já que cada uma usara algum meio secundário. No caso de Hermione, ela estava segurando um espelho; e no caso de Colin Creevey, sua câmera fotográfica. Outra conclusão que Harry teve é que conseguia ouvir o monstro justamente por este ser uma cobra, e por ter descoberto sua capacidade de se comunicar com animais do gênero.

Em uma das corridas contra o perigo em Hogwarts, Harry e Rony descobrem que Gina, a irmã de Rony, desapareceu. Em uma reunião com os professores, Gilderoy é intimado a se preparar para enfrentar o monstro, já que havia afirmado saber onde ficava a Câmara e por ser o professor de Defesa Contra a Arte das Trevas. Entretanto, o medroso escritor tenta fugir da responsabilidade, mas é forçado por Harry e Rony a ajudá-los a combater o mal. Os três vão até o banheiro de Murta Que Geme, que fora a vítima há 50 anos do Basilisco e havia morrido em Hogwarts, questioná-la sobre o dia da sua morte. Neste meio tempo, Harry descobre que a Câmara Secreta fica na pia do banheiro e a destrava.

Harry, Rony e Gilderoy entram nos túneis que levam à Câmara, mas o professor acaba jogando um feitiço nos garotos com a varinha de Rony, que estava quebrada. Além de ter perdido a memória, causou um desmoronamento nos túneis, separando Harry de seu amigo. Sozinho, Harry abre a Câmara e encontra Gina deitada e, para sua surpresa, Tom Riddle, que havia “conhecido” durante a viagem ao passado que fez com o livro. Riddle explica que ele é apenas uma memória e que a vitalidade de Gina o deixa mais forte. E mais: que ele foi o responsável por abrir a Câmara da outra vez e espalhar terror em Hogwarts. Como se não bastasse, Riddle conta que é mais conhecido por Voldemort.

Frente à frente com seu inimigo, Harry precisa fugir do Basilisco e resgatar Gina. É quando a Fênix Fawkes de Dumbledore aparece com o Chapéu Seletor. Aparentemente sem utilidade para o momento, Harry descobre que mais tarde o Chapéu lhe mostraria uma espada para enfrentar o Basilisco. Fawkes ainda luta com o monstro, cegando-o e facilitando para que Harry consiga lutar frente à frente com a serpente. Em seu golpe final, Harry é atingido por uma das presas do Basilisco, sendo vítima do seu veneno mortal. Saindo como soberano, Voldemort espera o momento da morte de Harry, já que o processo de vitalidade vindo de Gina está quase no fim. Usando o dente do Basilisco que o atingiu, Harry crava o livro de Tom Riddle e faz com que a memória do autor seja dissipada, impedindo que Voldemort consiga virar realidade.

Com tudo tendo aparentemente acabado, Gina acorda e conta que Tom Riddle a forçara a escrever as frases ameaçadoras e a abrir a Câmara. Gina esteve em transe e foi usada como fantoche para que Voldemort se materializasse. Sem esperanças que pudesse ficar vivo, Harry pede para Gina encontrar Rony e o deixá-lo ali. Porém, mais uma vez a fênix aparece e, com seu poder de cura, chora no machucado do bruxo e o livra da morte.

Ao voltar para Hogwarts, Dumbledore afirma que Harry e Rony desobedeceram muitas regras, mas que por terem solucionado os mistérios da Câmara, não seriam prejudicados. Decretando a soltura de Hagrid da prisão, Dumbledore ainda conta que as semelhanças de Harry e Voldemort são bastante fortes, inclusive a capacidade de falar com serpentes. Isso se deu justamente pela transferência de poderes que ocorreu no dia em que Harry, ainda bebê, venceu o lorde das trevas. No meio da conversa, surge Lucio Malfoy acompanhado do elfo Dobby, seu servo. Lucio criticou a volta de Dumbledore ao comando de Hogwarts e culpá-lo do terror acontecido na escola. Dumbledore afirma que tudo já está sob controle e Lucio deixa a sala do diretor. No corredor, Harry entrega o livro de Tom Riddle para o pai de Draco e acusa-o de ter colocado o diário nas coisas de Gina quando estavam no Beco Diagonal. Negando o fato, Lucio joga o livro para Dobby segurar e Harry avisa Dobby para abrir o diário. Ao encontrar uma meia, Dobby liberta-se da escravidão de Lucio, já que a única forma de ficar livre era ganhar roupas de seu dono. Tentando atacar Harry, Lucio acaba caindo com um ataque de defesa do pequeno elfo. Na confraternização costumeira entre alunos e professores, Dumbledore suspende as provas finais e Hagrid volta de Azkaban, sendo bem recebido por todos.

 

Curiosidades sobre a Câmara Secreta

- O segundo filme da franquia custou cerca de US$ 100 milhões, dos quais US$ 3 milhões foram para o salário de Daniel Radcliffe (Harry Potter).

- “A Câmara Secreta” foi o último trabalho do ator Richard Harris (Dumbledore), que morreu um mês antes do lançamento do longa nos cinemas.

- Hugh Grant e Alan Cumming foram escalados para viver o Professor Gilderoy Lockhart, enquanto Robert Carlyle esteve cotado para viver Arthur Weasley.

- Christian Coulson foi o escolhido para interpretar Tom Riddle, mesmo tendo uma idade diferente da procurada. Na época, ele tinha 23 anos e os produtores queriam alguém entre 15 e 17 anos para interpretar o personagem. Já Shirley Henderson (Murta Que Geme) tinha 35 anos quando foi escalada para viver a personagem com aparência e voz infantis.

- As filmagens de “A Câmara Secreta” aconteceram de novembro de 2001 a maio de 2002.

- “Harry Potter e a Câmara Secreta” é o livro preferido de Daniel Radcliffe na época das filmagens. Não se sabe se o ator já mudou de idéia.

- O filme teve um destaque especial no Bafta, concorrendo nas categorias de Melhores Efeitos Especiais, Melhor Desenho de Produção e Melhor Som, além de ter sido indicado na categoria de Melhor Interpretação Virtual no MTV Movie Awards.

- Segundo boatos, o título do segundo livro seria “Harry Potter and the Bathroom Mistery” (Harry Potter e o Segredo do Banheiro). Talvez grande parte do segredo do filme seria revelado já no título.

- Especula-se também que Daniel Radcliffe teria passado mal durante as filmagens da cena do jogo de Quadribol. O ator teria caído da vassoura, tacando a cabeça no chão.

- Mais boatos contam que J.K. Rowling retirou algumas partes do livro antes de serem publicados. Estas envolveriam atos como uma visita que Harry faz a Hagrid e o encontra desmaiado na cabana; Dumbledore dizendo a Harry que Hagrid fora envenenado, mas que não havia morrido; uma conversa de Lucio e Draco Malfoy presenciada por Hermione; a detenção de Draco ao jogar “Rictusempre” em Harry, sendo defendido por Percy; e uma fuga aquática que Harry teria enfrentado contra o Basilisco.

- Em novembro de 2002, a Eletronic Arts Games lançou uma versão do filme/livro para PC (Windows e Macintosh), Game Boy Color, Game Boy Advance, Playstation 1 e 2, Gamecube e XBox. Na aventura, somente Harry Potter pode ser controlado. Rony e Hermione são coadjuvantes.

- Em 12 de novembro, a trilha sonora de “Harry Potter e a Câmara Secreta” foi lançada. Composta por John Williams, a trilha foi adaptada e conduzida por William Ross, já que Williams não conseguiu se integrar por completo ao projeto. A trilha foi lançada com cinco capas diferentes e traz novos temas, mesmo apresentando semelhança com a de “Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Abaixo, as faixas:

1. Prologue: Book II and The Escape from the Dursleys
2. Fawkes the Phoenix
3. The Chamber of Secrets
4. Gilderoy Lockhart
5. The Flying Car
6. Knockturn Alley
7. Introducing Colin
8. The Dueling Club
9. Dobby the House Elf
10. The Spiders
11. Moaning Myrtle
12. Meeting Aragog
13. Fawkes is Reborn
14. Meeting Tom Riddle
15. Cornish Pixies
16. Polyjuice Potion
17. Cakes for Crabbe and Goyle
18. Dueling the Basilisk
19. Reunion of Friends
20. Harry's Wonderous World

 
 

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban
(Por Lais Cattassini)

O terceiro livro da série criada por J.K. Rowling é o um dos mais reveladores sobre o passado dos pais de Harry e, conseqüentemente, sobre o futuro do jovem bruxo. Todos os alunos do terceiro ano de Hogwarts têm permissão para visitar o povoado bruxo próximo à escola, Hogsmeade. Como Harry é órfão, precisa recorrer à autorização de seu tio.

 

É na pior das horas que uma nova personagem entra em cena, tia Guida, irmã de tio Valter. A senhora, fã de uma bebida e criadora de bulldogs, não consegue conter suas opiniões sobre os pais de Harry Potter e um inconveniente acidente acontece. A raiva de Harry faz com que a tia infle como um balão e saia voando pela sala de jantar. Confuso, com raiva e amedrontado, Harry sai da casa dos tios e pretende fugir para longe do mundo trouxa e viver como um fugitivo do ministério da magia pelo resto de sua vida. É então que o garoto avista um imenso cachorro preto, se assusta e, por engano, chama o “Nôitibus Andante”, um ônibus de três andares que foi uma das atrações do terceiro filme produzido pela Warner, sobre o qual falaremos mais tarde.

Durante a viagem até o Beco Diagonal, Harry descobre que a prisão de Azkaban, local mais seguro e temido de todo o mundo bruxo, não conseguiu conter um prisioneiro, Sirius Black. Ao chegar no Beco Diagonal o adolescente é recepcionado pelo ministro da magia, Cornélio Fudge. Surpreso com o fato de não ser expulso da escola e, de fato, viver sob os olhares atentos do ministério, Harry termina seu verão em companhia de Rony e Hermione tomando sorvete e sonhando com a nova vassoura de corrida, Firebolt, no Beco Diagonal.

Antes de partir para a escola, Arthur Weasley, pai de Rony, explica para Harry que Sirius Black fugiu da prisão para encontrar Harry. A revelação ganha força quando dementadores, guardas da prisão de Azkaban, mantêm a escola segura do aparecimento de Black. O primeiro encontro de Harry com um dementador causa um desmaio e a lembrança de um passado dramático e angustiante preso na memória de Harry, o assassinato de sua mãe. Em seu resgate, surge Remo Lupin, novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas. A relação não apenas de Harry, mas de todos os alunos, com o professor não poderia ser melhor. Uma nova matéria é introduzida. Adivinhações é ministrada pela professora Sibila Trelawney, uma estranha vidente com feições de inseto. As constantes previsões de morte para Harry apresentam a imagem de um grande cachorro preto, o sinistro, e lembram Harry do que viu quando saiu da casa dos tios e depois durante uma partida de quadribol em que quase morreu e perdeu sua vassoura, a Nimbus 200.

Rúbeo Hagrid também entra para a equipe de docentes de Hogwarts. Após a revelação de que nada teve a ver com a abertura da Câmara Secreta 50 anos antes Hagrid pode voltar a praticar magia legalmente e é convidado a lecionar Trato das Criaturas Mágicas. Em sua primeira aula, o hipogrifo (um ser que é metade águia, metade cavalo) Bicuço é apresentado a seus alunos.

J.K. Rowling se aproveita da mitologia já existente para criar o mundo de Harry Potter. O hipogrifo é o fruto do cruzamento entre um grifo, animal mitológico com cabeça de águia e corpo de leão, e uma égua. A história começou como uma imagem de impossibilidade de amor. Grifos e cavalos eram vistos em tempos medievais como cão e gato. Um ditado popular foi formado com a idéia de cruzar as duas espécies e daí a imagem do hipogrifo tomou forma.

Domar um hipogrifo pode ser muito perigoso e, na mitologia, o animal é usado por grandes magos ou cavaleiros como animais de estimação e montaria. Além de domar Bicuço, Harry aprende a se defender do bicho-papão, uma criatura capaz de se transformar no medo mais profundo de quem o enfrenta. É com a ajuda de Lupin e de um bicho-papão que Harry é ensinado a combater os dementadores, seu maior medo.

É em “O Prisioneiro de Azkaban” que a vida pessoal de Harry sofre mudanças mais drásticas, antecipando o que está por vir nos próximos livros. Harry conhece Cho Chang, uma garota um ano mais velha, de família com origem chinesa e excelente jogadora de quadribol. As visitas a Hogsmeade, às quais Harry está proibido de ir, logo são realizadas com a ajuda da capa de invisibilidade herdada por seu pai e um mapa que mostra todo o terreno de Hogwarts e proximidades, além de identificar todos os professores e alunos que caminham pela escola.

O “Mapa do Maroto”, como se denomina o pedaço de papel dado a Harry pelos irmãos Weasley, se torna de grande ajuda a Harry, que pode utilizar uma passagem secreta do colégio até uma das principais lojas do povoado e aproveitar o dia de descontração ao lado de Rony e Hermione. Em uma das visitas clandestinas, Harry descobre que Sirius Black era muito mais do que simplesmente um assassino. Era seu padrinho e melhor amigo de seus pais. Foi responsável por Voldemort ter encontrado a casa em que viviam e matou Peter Pettigrew, também amigo de seus pais, por pura diversão. A notícia causa revolta e frustração em Harry. Seu passado recebe uma adição ao que ele já conhecia e agora o sentimento de vingança toma conta de seu coração. Se Sirius Black foi o responsável pela morte de seus pais e ainda assassinou um dos melhores amigos de Tiago, ele merecia morrer. O final do livro narra uma emocionante descoberta e dramática conversa entre Sirius, Harry e Lupin. Todo o futuro do garoto pode ser mudado e muito sobre o passado de Tiago Potter é revelado.

“Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” é um dos livros mais queridos pelos fãs. Diferente dos dois primeiros, o conflito final é entre Harry e Sirius e não entre Harry e Voldemort. Esse diferencial faz com que o livro tenha um ar de novidade que só anima os leitores a continuarem lendo a série.

Outro fato atraente em “O Prisioneiro de Azkaban” está em revelações sobre a família de Harry. Até então pouco se sabia sobre Tiago e Lílian Potter. O fato de os dois terem sido assassinados por Voldemort era o máximo que se conhecia sobre suas vidas. É no terceiro livro que parte do passado de Tiago, principalmente, é revelado. Descobrimos que ao lado dele andavam três amigos, Remo Lupin, Sirius Black e Peter Pettigrew, juntos se denominavam os marotos e, para ajudar Lupin, um lobisomem que precisava ficar recluso durante suas noites de transformação, aprenderam a se transformar em animais, eram animagos.

Enquanto o livro é um dos favoritos dos fãs, o filme é um dos favoritos entre os cinéfilos, mas nem sempre é adorado pelos que acompanham a série literária. Dirigido por Alfonso Cuarón, a atmosfera infantil dos dois primeiros é deixada para trás e uma cor bem mais sombria toma conta da história de Harry. Os efeitos especiais ganham mais força e uma certa personalidade e Daniel Radcliffe deixa de ser uma criança com aspirações de herói para se tornar um adolescente com crise de identidade. Um paralelo é formado. Enquanto “O Prisioneiro de Azkaban” é um dos melhores filmes da série Harry Potter por ter muito mais identidade própria do que os outros três já produzidos, é também um dos mais odiados pelos fãs por modificar, e muito, o universo original criado por J.K. Rowling e até o espírito da terceira obra, bem menos dramática do que as outras duas anteriores.

Cuarón modificou grandes coisas, inclusive o cenário. Criou algumas cenas desnecessárias, como uma em que os meninos do terceiro ano se divertem comendo doces no quarto da Grifinória, e modificou as características de personagens. A morte de Richard Harris, que interpretou Alvo Dumbledore em “A Pedra Filosofal” e em “A Câmara Secreta”, também não ajudou a manter o espírito de Rowling. O substituto, Michael Gambon, é muito mais agressivo e duro na elaboração do seu personagem do que Harris, que demonstrava uma doce fraqueza ao criar Dumbledore. Os fãs, claro, reclamaram. O uso das cores em “O Prisioneiro de Azkaban” é pertinente. Uma tonalidade azul percorre quase todo o longa-metragem e cria uma fotografia quase noturna, como se as duas horas e meia de filme fossem acompanhadas por um luar feroz. Nada mais genial. A idéia ajuda a ilustrar o sentimento de Harry na presença de um dementador e a preparar o espectador para a transformação de Lupin em um lobisomem ao final da projeção.

O próprio Cuarón reconhece que, para dirigir um filme de “Harry Potter”, é preciso interferir o mínimo possível. Alguém com grande talento deve recusar a tarefa, pois sabe que ficará preso a uma história e a uma atmosfera pré-definida e que virou febre no mundo inteiro. Qualquer coisa diferente do esperado é rejeitada pelos fãs. A trama confusa de “O Prisioneiro de Azkaban” deixou o filme ainda mais problemático. Somente quem leu o livro entendeu todos os detalhes da reviravolta final e pôde apreciar o encontro entre Harry e seu padrinho, ao invés de guardar por Sirius Black um certo rancor.

“Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” atingiu a maturidade, mas, para os fãs, esse foi um grande erro. A reunião de tramas e a facilidade com que Rowling amarra todos os detalhes no final de seu livro ficaram de fora devido à maestria de Cuarón em criar obras originais e em tentar dar ao universo potteriano novas possibilidades.

 

 
 
Harry Potter e o Cálice de Fogo
(Por Emanuele Silveira)

O quarto livro e também a adaptação cinematográfica da série criada pela escritora J. K Rowling, “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, se afasta um pouco da vida escolar habitual da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts para a realização do “Torneio Tribruxo”, no caso, o terceiro. Durante todo o enredo, os acontecimentos místicos que foram contados desde o primeiro livro da saga estão envolvidos com a disputa por um prêmio que trará glória eterna para aquele que o possuir, ao término da competição.
 

Assim como nas outras publicações, “Harry Potter e o Cálice de Fogo” mostra o bruxo Harry vivendo aventuras ao lado de seus amigos Hermione e Rony, além dos outros alunos de Hogwarts e, nessa história, de outras escolas de magia. Ao contrário de Harry, que tem que se preocupar mais em cuidar de sua vida enquanto desvenda pistas e resolve as provas do torneio, os dois companheiros terão preocupações mais sentimentais, relacionadas tanto à amizade quanto ao surgimento de um interesse pelo sexo oposto.

Lançado em 8 de julho de 2000, o livro chegou a ser traduzido para 67 línguas, assim como os outros. O filme, entretanto, só foi lançado em 18 de novembro 2005, nos Estados Unidos, chegando ao Brasil um ano depois, em julho de 2006. Dirigido por Mike Newell, o longa foi nomeado para o Oscar do ano de Melhor Direção Artística, perdendo o prêmio para “Memórias de Uma Gueixa”, lançado no mesmo ano. Chegando ao arrecadamento de 100 milhões de dólares (por final de semana) em quatro finais de semana consecutivos, a produção marcou seu posto de filme de maior sucesso em estréias no Reino Unido.

O Torneio Tribruxo

Neste ano em que se narra o quarto livro sobre a vida de Harry Potter, a escola Hogwarts é a sede do famoso torneio realizado entre três escolas de magia e bruxaria. A competição engloba três provas que exigem coragem, inteligência e esperteza dos participantes, uma vez que arriscam não só a vida destes, mas também a de pessoas queridas para estes. Apenas um aluno de cada escola é escolhido pelo “Cálice de Fogo”, um cálice mágico, no qual os alunos maiores de 17 anos depositam papéis com seus nomes para concorrerem à escolha, feita pelo próprio cálice.

Uma surpresa da história dos torneios, entretanto, é que neste não são escolhidos apenas três alunos, mas quatro, dentre eles Harry, que teve seu nome inscrito e escolhido pelo cálice misteriosamente, já que ele não havia demonstrado interesse em participar. Viktor Krum, representando a escola Durmstrang, Fleur Delacour, representando a escola Beauxbatons, e Cedric Diggory, o primeiro escolhido para representar Hogwarts, completaram o time dos competidores do terceiro Torneio Tribruxo.

À parte dos três escolhidos, surge a grande pergunta para o mistério proposto: como foi possível que Harry Potter fosse escolhido pelo cálice? A resposta não parece nada óbvia, ainda mais com as opiniões dadas por cauda professor á cerca da situação, que são uma mais diferente que a outra. Mas não é somente entre os responsáveis pela coordenação do torneio que a dúvida começa a se fixar. Rony, melhor amigo de Harry, também alimenta desconfianças sobre este, que não teria lhe contado sobre a falsa inscrição, além do ciúme por Harry estar em um ambiente que ele não participará.

Durante as provas, o único auxílio que os participantes tem é a varinha mágica, que pode ser usada em todas. Na primeira, o perigo é claro, já que a tarefa é enfrentar dragões e conseguir uma pista protegida por eles, que servirá de preparo para a próxima prova. A segunda tarefa já exige um pouco mais de habilidade, já que é realizada debaixo da água e é preciso muito mais que fôlego para conseguir se manter submerso por uma hora. A terceira, e mais complicada, acontece dentro de um labirinto arbóreo bastante peculiar, que pode alterar não só os caminhos, mas também a personalidade daqueles que estão por dentro das árvores.

As provas a que são submetidos os quatro estudantes analisam a inteligência, habilidade e coragem. Mas, além de controlar o estado emocional, é preciso que os alunos também usem outros artifícios para se saírem bem, além de se manterem vivos. O conhecimento sobre algumas matérias da escola é essencial, mas a ajuda de outras pessoas também. Nesse ponto, pode-se observar uma união entre Harry e Cedric, que acabam se ajudando em todas as provas. Outros amigos – e outros não tão amigos – também ajudam Harry a desvendar as pistas e dificuldades de outras provas.

Fora do mundo literário e cinematográfico, o Torneio Tribruxo também fez sucesso no mundo real. Uma versão online da competição foi criada pelo site Harry Potter Dissendium, numa associação com a Warner Bros. Lançado em 1º de setembro de 2005, o torneio – cuja divulgação foi feita pelo estúdio – atraiu milhares de jogadores. O fim se deu em 31 de julho de 2006 com o seguinte placar: Hogwarts vencedora, com 53,224,526 pontos, Durmstrang em segundo lugar, com 52,938,626, e Beauxbatons, no terceiro lugar, com 48,890,568.

O Baile de Inverno

O Baile de Inverno é uma festa tradicional na realização do Torneio Tribruxo. Após a primeira prova, os integrantes das escolas devem desfrutar o momento como uma oportunidade de se enturmar com os outros estudantes. Para a ocasião, todos os alunos e professores devem vestir-se a rigor, e os homens devem convidar as meninas para formarem pares de dança, outra característica tradicional do evento.

Uma novidade na saga de Harry Potter, iniciada com o Baile de Inverno, é o interesse pelo sexo oposto entre os personagens principais. Embora sempre muito amigos, Harry, Hermione e Rony ainda não tinham demonstrado interesse sentimental por outras pessoas. Nesta história, guiados pela procura de companhia para o Baile de Inverno, os jovens bruxos começam a exibir suas emoções e interesses, através de olhares tímidos e escondidos, expressões de ciúme, e até mesmo nas escolhas para a dança.

A garota pela qual Harry demonstra interesse é claramente notada, já que os dois trocam olhares durante vários momentos do conto, culminando no pedido de Harry para que esta lhe acompanhe na dança. Já Hermione, escondida pelos cabelos assanhados e roupas frouxas da escola, sempre parece irritada porque seus amigos não a convidam para a festa. Entretanto, sua entrada no Baile e seu parceiro demonstram que a jovem tem muito mais potencial de conquista do que seus colegas esperavam. Rony é o único que não parece lhe dar muito bem com a história, passando por maus momentos quando convida uma garota.

Os protagonistas de Hogwarts encaram com dificuldade o fato de convidarem as moças para o baile. Todos parecem já ter seus pares, mas Harry e Rony permanecem sem coragem para convidar alguém. Enquanto os outros meninos conseguem seus pares tranquilamente, sem medo de fazer o convite, esse momento parece um bicho de sete cabeças para os dois amigos. Rony nunca encontra uma oportunidade para falar com as garotas, já que estas andam sempre em turma. Já Harry, apesar de mostrar muita timidez, consegue fazer o convite para a garota que queria, além de arranjar uma parceira para seu amigo.

Um lado interessante deste novo fato é que a amizade entre Harry e Hermione é demonstrada apenas como amizade. Os dois, que sempre estiveram juntos desde criança, acabam transparecendo interesse amoroso por pessoas diferentes, sem deixarem que isso afete a amizade. Já a relação de Rony e Hermione parece mais tensa quando a garota vai ao baile acompanhada de um outro rapaz. Rony demonstra sentir ciúmes da amiga, atrapalhando a conversa depois da dança. Hermione, por sua vez, se mostra decepcionada e frustrada porque o amigo não lhe convidou para a festa, o que sugere um possível interesse entre os dois.

A volta de Voldemort

O Torneio Tribruxo e o Baile de Inverno não são os únicos pontos fortes da quara história sobre o Harry Potter. O bruxo, famoso por não ter morrido pelas mãos de Lord Voldemort quando ainda era um bebê, começa a ter visões e sonhos que envolvem o vilão. Além disso, acontecimentos estranhos se passam em Hogwarts, começando pela inscrição misteriosa de Potter no torneio. Embora todas as atenções estejam sempre voltadas para a competição, os pesadelos de Harry parecem não deixá-lo em paz, como se fossem um aviso de algo que já aconteceu ou estaria para acontecer.

Antes mesmo do início do Torneio Tribruxo, uma inesperada invasão de comensais da morte acontece num acampamento dos bruxos. Harry é o único que consegue ver uma pessoa, a qual não reconhece, tramando contra Hogwarts perante a imagem de uma cobra, desenhada no céu através de magia. Sonhos de uma reunião entre Lord Voldemort e seus seguidores começam perturbar a mente do garoto, que resolve procurar ajuda, pois sua suspeita é de que seus sonhos não sejam apenas ilusões e sim uma realidade não muito distante.

Por outros meios, Harry acidentalmente acaba descobrindo um pouco mais sobre os personagens de seus sonhos, que até então lhe pareciam irreais. O jovem, embora já em alerta sobre possíveis perigos, guiado para um caminho sem escolha, cujo fim revela a verdade por trás dos misteriosos sonhos. Voldemort, que parecia estar longe do mundo dos bruxos, mostra que sua influência nos acontecimentos em Hogwarts não é tão pequena, ainda mais quando envolve a vida de Harry, seu inimigo desde a infância.

 

 
 

Harry Potter e a Ordem da Fênix
(Por Lais Cattassini)

A quinta aventura de Harry Potter é rápida demais, mas mostra a evolução sofrida por toda a equipe para chegar, com muita competência, até aqui. Poucos serão os fãs desapontados com os grandes cortes na história fantástica criada por J.K. Rowling em "Harry Potter e a Ordem da Fênix".

 

J.K. Rowling não criou um livro de sucesso, criou seis. Seus personagens conquistaram um grupo de fãs absurdamente grande, que ultrapassa as barreiras culturais, diferenças de idades e, muitas vezes, até os limites da sanidade. Uma obra literária dessa magnitude tem muitas expectativas para superar e poucas chances de conseguir.

"Harry Potter e a Ordem da Fênix" é o quinto volume da série de aventuras do jovem bruxo que aprende a usar a magia na escola de magia e bruxaria de Hogwarts. Desde os onze anos, Harry vem aprendendo a lidar com o poder que tem, a se relacionar com outros bruxos, a conviver com sua própria fama e a, infelizmente, combater o mais terrível dos bruxos das trevas, Lord Voldemort. Em quatro anos de convivência no mundo mágico, Harry enfrentou Voldemort três vezes e, mesmo quando não esteve cara a cara com ele, teve que superar as cicatrizes do passado para provar que o bem deve vencer.

No entanto, em "Harry Potter e o Cálice de Fogo" a batalha final não deu um fim ao eterno combate, apenas o iniciou, e é aí que "A Ordem da Fênix" começa. Harry tem agora 15 anos e vive atormentado com a morte de Cedrico Diggory no cemitério escolhido para o renascimento de Voldemort e com o ressurgimento de um mal extremamente poderoso. O mundo trouxa (povo não-bruxo) parece não ter sofrido qualquer alteração e Harry vive constantemente preparado para um ataque surpresa, o que parece iminente quando ele e seu primo, Duda, são atacados por dementadores. O feitiço Patrono salva a vida dos dois, mas coloca sobre o adolescente a ameaça da expulsão de Hogwarts.

O sentimento de abandono é inevitável, até que a Ordem da Fênix resgata o jovem da casa dos tios e o leva para o quartel general da organização. O combate às trevas se tornou prioridade para muitos aliados de Dumbledore, que ressurgem o movimento de heróis formado durante o primeiro domínio de Voldemort. Os membros da Ordem parecem ser os únicos a acreditarem em Harry Potter. O Ministério da Magia tenta a todo custo desmentir os fatos apresentados pelo bruxinho no ano anterior e, com isso, todos estão sob ameaça, não há proteção.

Enfrentar o Ministério da Magia de frente não parece problema quando Hogwarts representa um porto seguro para as decisões perigosas do ministro Cornélio Fudge. Entretanto, Harry descobre que nem sua escola está livre da influência política e Dolores Umbridge (Imelda Staunton em grande atuação) se torna os olhos, os braços e a força de Fudge dentro de Hogwarts. É ela a verdadeira vilã do novo filme.

"A Ordem da Fênix" é o mais sombrio de todos os volumes. Não é apenas o retorno das trevas que faz com que a densidade aumente, mas Rowling conseguiu fazer de Harry um perfeito adolescente frustrado e pronto para explodir. O quinto livro pode não ser o mais adorado pelos fãs, mas é definitivamente o mais complexo.

Complexidade que não é facilmente traduzida às telas. Com duas horas e dezenove minutos, David Yates tentou contar uma história escrita em 702 páginas. Muita coisa ficou de fora, muita coisa faz falta, mas mesmo assim o roteiro foi bem construído a ponto de desenvolver a temática principal sem prejudicar o entendimento. O que assusta é imaginar o que vem depois e quais serão as resoluções em "Harry Potter e o Enigma do Príncipe" para suprir os cortes em "Ordem da Fênix".

Michael Goldenberg assume pela primeira vez a adaptação da obra para o cinema. Steve Kloves, seu antecessor, travou uma dura batalha contra os detalhes descritos por Rowling e teve seu êxito em "Harry Potter e o Cálice de Fogo". É bom ver que Goldenberg consegue pegar o rítimo onde Kloves havia parado.

Yates também dirige pela primeira vez o grupo de adolescentes tornados celebridades internacionais desde "A Pedra Filosofal". Diferente de Chris Columbus, que dirigiu os dois primeiros longas, seu estilo é mostrado, mas com uma sutileza mais parecida com a de Mike Newell, diretor de "Cálice de Fogo", diferente de Alfonso Cuarón, que afogou a obra em sua direção peculiar, mesmo que genial.

O maior trunfo desse novo filme é o time de novos personagens e as brilhantes atuações. Imelda Staunton retrata a inquisidora Dolers Umbridge com cada característica mínima descrita por Rowling. A novata Evanna Lynch interpreta Luna Lovegood com a atitude de quem leu os livros e se apaixonou pela série muito antes de embarcar no projeto.

Gary Oldman é a alma de "Ordem da Fênix". Seu personagem, o adorável e impetuoso fugitivo Sirius Black, é o porto seguro de Harry Potter. Ao lado de Ron e Hermione, Sirius forma algo próximo a uma família para seu afilhado. São as lembranças e os momentos vividos por Harry entre esses três personagens que dão a dose de emoção na história.

O problema é que a curta duração do novo filme privilegia a ação. Viinte minutos a mais não fariam falta, colocariam um pouco mais de sentimento em uma reunião de efeitos visuais de tirar o fôlego e acontecimentos que vão do revoltante ao engraçado em segundos. Com uma troca de olhares uma explicação é feita, para economizar diálogos. Uma economia que faz falta no final.

"Harry Potter e a Ordem da Fênix" mostra uma evolução enfrentada por produtor, roteirista, diretor e, principalmente, por todos os atores que cresceram interpretando ídolos. A cada volume houve uma melhora e, como nos livros de J.K., uma pequena revelação do mistério que envolve a existência de Harry Potter. O difícil é tentar descobrir quais as peças do quebra-cabeça que terão papel no final da série, que chega às livrarias no dia 21 de julho.
 

 
Leia as críticas de "Harry Potter e a Ordem da Fênix"
 

Harry Potter e o Enigma do Príncipe
(Por Diego Benevides)

O sucesso de uma franquia se dá principalmente ao que ela tem a oferecer aos fãs. O bruxo Harry Potter conseguiu não somente ser estrela de uma das séries de maior sucesso do Cinema, mas também mostrar que pode se renovar, manter seus fãs e conseguir novos seguidores. Este sexto filme exerce a magia em potencial das histórias de J.K. Rowling com sucesso.

 

O sexto ano em Hogwarts traz a insegurança não só dos bruxos, mas também dos trouxas. Com a volta comprovada de Lord Voldemort (Ralph Fiennes) em “Harry Potter e a Ordem da Fênix”, o perigo é sentido em todos os lugares. Para dar continuidade às aulas bruxas, Alvo Dumbledore (Michael Gambon) reforça a segurança da escola, permitindo assim o retorno dos alunos. Agora adolescentes, Harry Potter (Daniel Radcliffe), Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint) também precisam enfrentar uma estranha sensação causada por seus hormônios.

Enquanto discutem quem gosta de quem, Harry passa a ter encontros ocasionais com Dumbledore, que mostra ao garoto memórias antigas que facilitam o conhecimento do passado de Voldemort, porém uma das mais preciosas está com Horácio Slughorn (Jim Broadbent), novo professor de Poções. Enquanto tenta se aproximar de Slughorn, Harry passa a usar um livro antigo para a disciplina, que pertenceu a um desconhecido que se auto-intitula Príncipe Mestiço. Mesmo sem saber se pode confiar nos rabiscos do Príncipe, Harry segue suas instruções e se revela um bom aluno em Poções. Ainda assim, o herói tem outra preocupação: Draco Malfoy (Tom Felton) parece ter um plano ligado a Voldemort e vira uma obsessão para o protagonista.

“Harry Potter e o Enigma do Príncipe” certamente é o filme mais esperado deste ano. Após ser adiado oito meses pela Warner Bros., a película precede o capítulo final da franquia, com uma história não menos densa que os três filmes anteriores, mas que preza por uma leveza, talvez, incomum. É contraditório classificar este filme de tal forma. Ao mesmo tempo em que a trama se aproxima de uma comédia high school americana, ela não perde a linha no que é proposto para a franquia como um todo. As paixonites permitem que o roteirista Steve Kloves brinque com as situações cômicas exploradas por J.K. Rowling e crie outras um tanto quanto adequadas. Em contrapartida, o perigo também ronda os personagens e essa relação dupla reforça o que sempre foi proposto por Dumbledore: que o amor é a chave para as coisas.

Classificar o nível de fidelidade da adaptação é quase desnecessário, já que, como um unitário, o filme mescla tantas alternativas e acerta em praticamente todas. Os cortes da história sempre incomodaram devido ao fato de J.K. Rowling ser detalhista e sentimental no que escreve, e isso nem sempre foi alcançado nos filmes da mesma forma do livro. Entretanto, a magia do cinema se adequa de uma forma tão fácil ao que aqueles personagens têm a oferecer que os cortes ou as mudanças, algumas vezes desagradáveis, passam despercebidos; justamente porque os fãs dos livros sabem que têm a literatura para se apoiar e que lá é a fonte primária de tudo.

Kloves, experiente com a franquia, favorece não somente o drama dos personagens, mas também os coloca em situações cômicas impagáveis, além de criar suspense nos momentos adequados. Porém, o suspense nem sempre funciona bem, e talvez esta seja a maior falha do roteiro, por apresentar soluções breves para as situações. É raro o texto convencer que aqueles personagens passem por um momento de dúvida, como se houvesse um imediatismo de entregar todas as cartas para que, em seguida, a história continue seguindo seu rumo. O principal exemplo disso está na cena da caverna, quando tudo parece muito simples para Dumbledore atingir seu objetivo; ou até mesmo durante o clímax, quando tudo é secamente relatado. Por outro lado, Kloves entrega nas mãos do diretor momentos incríveis que acrescentam ao longa um toque especial.

Yates mostrou seu apuro técnico em “Harry Potter e a Ordem da Fênix” e conseguiu usar recursos brilhantes para registrar a história em imagens e sons. Neste novo filme, sua preocupação não está apenas em mostrar os conflitos sentimentais dos personagens, abusando das cores mais quentes e toques de ousadia em tais cenas, mas também reforça seus belos planos de impacto, sempre fotograficamente bem realizados quando precisa falar sério. Em um determinado momento, uma aluna entra em colapso após ter contato com a arte das trevas e Yates choca não só pela densidade da cena, mas também pela técnica aplicada. É incrível como, em um ambiente clean em que a sequência se passa, a cena consiga ser tensa. O posicionamento da personagem e também da câmera conspiram para criar quase um altar em que o fato se desenrola, mostrando a eficiência da mão do diretor.

Desde o filme anterior, Yates mostra que também é um bom diretor de atores, moldando melhor a inexpressividade de Daniel Radcliffe, proporcionando mais humor a Rupert Grint e explorando a sensibilidade e beleza de Emma Watson. Com o crescimento cênico do trio, o público passa a considerar, inclusive, quando eles são expostos ao quase ridículo, mas que diverte de qualquer forma. Evanna Lynch como Luna Lovegood, por exemplo, continua carismática, mesmo com o pouco tempo em cena. O mesmo ainda não se pode dizer de Bonnie Wright na pele de Gina Weasley, que ainda demonstra um pouco de desconforto com a personagem. Tom Felton como Draco Malfoy mostra com sucesso que seu personagem tem uma grande responsabilidade, mas que ainda é uma pessoa frágil para o feito.

Entre o grandioso elenco de veteranos, Michael Gambon parece mais suave como Dumbledore, enquanto Alan Rickman é sempre fantástico com a seriedade e arrogância de Snape. Helena Bonham Carter como Belatriz Lestrange é a mistura da insanidade com humor, sempre um prato cheio para ser degustado a cada cena que aparece. A novidade neste filme está com Jim Broadbent na pele de Horacio Slughorn, conseguindo criar um personagem completo e chamar atenção em todas suas contribuições em cena. Helen McCrory, que interpreta Narcisa Malfoy, não tem tanto tempo para marcar sua passagem no longa.

Ao lado de uma boa performance geral do elenco, da direção apurada de Yates e do roteiro sensato de Kloves, a parte técnica do filme continua afiada. A direção de arte, figurino e fotografia sempre trabalham em harmonia para criar belas cenas, auxiliadas por uma trilha sonora quase inteiramente sutil. Os efeitos visuais permanecem um espetáculo, apesar de algumas vezes escorregar na interação com os personagens, mas nada que comprometa o produto final. Os efeitos são detalhistas e acrescentam glamour aos cenários. A reprodução do mar está fantástica, visto que a água ainda é um dos maiores desafios para ser reproduzida pelos efeitos de computação gráfica. Da mesma forma, o fogo é ambicioso e explode sua beleza em tela cheia.

“Harry Potter e o Enigma do Príncipe” transita dos conflitos adolescentes ao perigo sombrio, funcionando não somente como filme isolado, mas sendo um outro bom exemplar da franquia. Com o filme, o público experimenta facilmente o riso, a emoção e a tensão. O capricho e cuidado com que o longa foi desenvolvido o transformam em um entretenimento recomendável e em um espetáculo visual do começo ao fim. Imperdível para fãs ou iniciantes, bruxos ou trouxas.

 

 
Leia as críticas de "Harry Potter e o Enigma do Principe"
 
Harry Potter e as Relíquias da Morte
(Por Wikipédia)
 

O livro mostra as aventuras finais do jovem Harry e as suas tentativas de destruir o terrível Lord Voldemort. Os livros anteriores deixaram muitas perguntas por responder, e o esquadrão de fãs está louco para descobrir como os muitos finais possíveis e mistérios e aventuras por resolver nesta saga irão finalmente se completar, fazendo do livro 7 um dos mais ansiados da história. A escritora revelou que, mais do que qualquer outro livro na série, o último volume é a continuação das histórias não finalizadas no 6º livro. No dia 28 de março de 2007 foram reveladas as capas dos livros. E a meia-noite entre 20 e 21 de Julho de 2007 ele foi lançado mundialmente em inglês.

A história do livro começa com Severus Snape e Yaxley, oficial do Ministério da Magia, chegando à residência da família Malfoy, agora base de operações dos Comensais da Morte. Snape informa a Voldemort que Harry será transferido da casa dos Dursleys para um local mais seguro no sábado. Yaxley havia recebido informações falsas de que ele seria transferido no fim do mês. Voldemort pede a varinha de Lúcio Malfoy, acreditando que ela será eficaz contra a de Harry, deixando claro para todos que Harry não deverá ser morto por nenhuma mão que não a dele.

Na casa de seus tios, Harry lê o obituário de Alvo Dumbledore, escrito por seu amigo Elphias "Bafo de Cão" Doge. Os Dursley saem, a contragosto, de sua casa, escoltados por dois membros da Ordem da Fênix. Um grupo de treze pessoas chega para acompanhar Harry até um dos sete esconderijos da Ordem. Seis deles tomam a poção Polissuco, se tornando seis falsos Harry Potter, são eles: Hermione Granger, Fred, Jorge e Ron Weasley, Mundungus Fletcher e Fleur Delacour. Eles se separam em sete grupos e são atacados pelos Comensais da Morte, liderados pelo próprio Lorde das Trevas, Voldemort, que agora pode voar.

Ele ataca Mundungus Fletcher com o feitiço de morte, que se teletransporta, acertando então Alastor Moody, que morre. Severus Snape erra o feitiço Sectumsempra e arranca a orelha de Jorge Weasley, que é salvo por Remus Lupin. Na moto de Sirius, dirigida por Hagrid, Harry vê Edviges morrer por um feitiço lançado contra ele. Ele perde a gaiola, sua vassoura Firebolt e parte dos seus pertences. Ao tentar usar o feitiço experliarmus, os Comensais da Morte reconhecem sua "marca registrada" e chamam Lorde Voldemort. A varinha de Harry faz um feitiço involuntário, destruindo a varinha de Lucius Malfoy e dando a ele e Hagrid tempo de alcançarem a chave de portal que os leva para a Toca, residência da família Weasley.

Harry convoca uma reunião a portas fechadas entre ele, Ron e Hermione, indagando se eles ainda querem acompanhá-lo na caça às Horcruxes de Voldemort. Herminone conta como apagou a memória dos seus pais, que agora vivem na Austrália e agora não se lembram de terem tido uma filha algum dia. Ron, com a ajuda de Fred, Jorge e seu pai, modificaram o Ghoul da família para que seja parecido com Ron portando uma doença mortal e contagiosa, "Spattergroit". Assim ele terá uma desculpa para não ir a Hogwarts e ninguém da família será preso por acobertá-lo. Hermione havia roubado do escritório de Dumbledore um livro, "A Mais Negra das Artes Profanas", que conta como criar Horcruxes e como destruí-las. Dentre as poucas coisas no mundo capazes de fazê-lo estão o veneno do Basilisco.

No dia do aniversário de Harry, ele ganha de Hagrid uma bolsa que ninguém pode abrir além da pessoa que a fechou. O Ministro da Magia chega na Toca e lê parte do Testamento de Alvo Dumbledore. Ele deixa a maioria dos seus pertences e livros para Hogwarts. A Hermione ele deixa um livro, "Os contos de Beedle, o Bardo", escrito em runas antigas, a Ronald Weasley ele deixa seu Apagueiro. A Harry Potter Dumbledore o presenteia com seu primeiro Pomo de Ouro e a Espada de Godric Gryffindor, o qual ele não pode receber por ser um objeto de valor histórico. Mais tarde os três tentam abrir o Pomo de Ouro. Ao colocar na boca(aquele foi o Pomo que Harry quase engoliu no passado), aparecem as palavras: "I open in the close...", uma charada que eles vão ter que solucionar.

O dia seguinte é o dia do casamento entre Bill Weasley e Fleur Delacour. Harry está disfarçado como se fosse um Weasley, na verdade um garoto ruivo "Trouxa" que morava numa vila próxima e de quem haviam conseguido os cabelos para colocar em uma poção Polissuco. Irritado com a chegada de Viktor Krum, Ron tira Hermione para dançar e deixa Harry com ele. Krum fica irritado ao ver que o pai de Luna Lovegood, Xenophilius, carrega em seu peito a marca de Grindenwald, um bruxo das Trevas de seu país que Dumbledore havia derrotado. Harry encontra Elphias Doge, que discute com uma velha senhora sobre o passado de Dumbledore.

Kinsley Shacklebolt envia um Patronus: "O Ministério da Magia caiu. Scrimgeour está morto. Eles estão chegando!". Hermione se teletransporta para longe com Ron e Harry, para a Travessa do Parlamento de Londres. Depois de trocarem para vestes "trouxas" eles são atacados por dois Comensais da Morte e desconfiam se Harry ainda tem um traço localizador(usado para detectar magia adolescente) implantado nele, mesmo após ter feito dezessete anos. Confiando em ninguém, nem mesmo na Ordem da Fênix, eles vão até a casa dos Black, no número 12 em Grimmauld. Lá eles encontram pistas sobre o passado negro de Dumbledore e descobrem que R.A.B era, na verdade, Regulus Arcturus Black, irmão mais novo de Sirius Black. Com a ajuda de Kreacher, eles descobrem que Regulus roubou, com o custo da própria vida, o Medalhão de Voldemort, uma das seis Horcruxes. Ao não conseguir destruí-lo, Kreacher o trancou, só para ver Mundungus Fletcher roubá-lo. Após três dias de perseguição, Kreacher captura Fletcher, que havia usado o Medalhão para subornar Dolores Umbridge. Lupin chega à casa, conta que Tonks está grávida e tenta se juntar ao trio. Sabendo que a tarefa de encontrar as Horcruxes cabe apenas a eles três e que Lupin não pode morrer na empreitada e deixar seu filho órfão. Harry o expulsa da casa dos Black com insultos, fazendo-o por um bem maior. Snape é nomeado Diretor de Hogwarts e eles temem por Ginny, Neville e Luna em sua volta à escola. Hermione guarda o quadro de Phinneas Black, imaginando que Snape pode usá-lo para espiar dentro da casa dos Black.