O cinema nunca seria o mesmo se não tivesse a participação desses gênios. Aqueles que fizeram a diferença em tudo que produziram! Sempre à frente do tempo! Grandes gênios!

 
     

 

ORSON WELLES
(6 de Maio de 1915 — 10 de Outubro de 1985, EUA)

Ele foi uma das figuras mais excêntricas de Hollywood. Genial ator e diretor, Welles era capaz de conjugar direções magistrais com a mais sombria das interpretações, evidenciando as tendências mais lúgubres, malignas e intolerantes do ser humano. A indústria cinematográfica fixou nele a atenção quando, em 1938, realizou uma emissão radiofônica inspirada em "A Guerra dos Mundos" de H. G. Wells. A interpretação foi tão realista que o pânico alastrou entre os ouvintes, convencidos de que estava ocorrendo um ataque extraterrestre. Com o seu primeiro filme, "Cidadão Kane" (1941), Welles criou uma das obras-primas da história do cinema. O filme narra o caminho implacável para o sucesso de um empresário da comunicação, personagem baseada provavelmente na figura de William R. Hearst, cujo protagonista foi o próprio Welles. As ambições artísticas de Welles foram limitadas pelos estúdios para os quais trabalhou, obrigando-o a cortar grande quantidade de material de filmagem e levando-o ao colapso financeiro. Os seus filmes mais célebres são "Soberba" (1942), "A Dama de Xangai" (1946) e "O Processo" (1962). O ponto culminante da sua carreira foram as adaptações que realizou dos dramas de Shakespeare, como "Macbeth - Reinado de Sangue" (1948), "Otelo" (1952) e "Falstaff "(1966). Como ator, realizou provavelmente sua mais célebre interpretação em "O Terceiro Homem" (1949).

   

STANLEY KUBRICK
(26 de Julho de 1928 — 7 de Março de 1999, EUA)

Aos 17 anos, Stanley Kubrick começou a trabalhar como fotógrafo para a revista "Look", viajando por toda a América nesta função. Acompanhou também nesta época, como ouvinte, diversos cursos na Universidade de Columbia. Em 1951 lançou seu primeiro documentário, "O Dia da Luta", produzido com seus próprios recursos, ao qual seguiram-se vários curtas-metragens feitos por encomenda. Dois anos depois, Kubrick rodou seu primeiro longa-metragem, "Fogo e Desejo". Em seguida realizou "A Morte Passou por Perto" e "O Grande Golpe". Contudo, só despontou como grande cineasta com o filme "Glória Feita de Sangue", lançado em 1957, em que tratou da insanidade da guerra. Depois de realizar "Spartacus", em 1960, com o ator Kirk Douglas, Stanley Kubrick deixou Hollywood para radicar-se na Inglaterra. Seu primeiro filme europeu foi "Lolita", uma adaptação do clássico romance de Vladimir Nabokov. Em seguida, o diretor realizou uma sátira à Guerra Fria com o filme "Doutor Fantástico" e lançou "2001 - Uma Odisséia no Espaço", considerado um marco no cinema moderno. Lançou a seguir "Laranja Mecânica", uma violenta fantasia sobre a sociedade inglesa do futuro. Realizou "Barry Lyndon", um drama passado no século 18, e em seguida um filme que se tornaria um clássico do terror, "O Iluminado", com o ator Jack Nicholson. O cineasta ganhou diversos prêmios e inúmeras indicações ao Oscar, como produtor, diretor e roteirista. Seu último filme foi "De Olhos bem Fechados".

   

AKIRA KUROSAWA
(23 de Março de 1910 – 6 de Setembro de 1998, Japão)

Cineasta japonês, responsável pela projeção internacional do cinema do Japão. Nascido em Tóquio, é descendente de um clã de samurais. Na juventude trabalha como pintor e ilustrador de revistas, criando anúncios publicitários. Em 1943 inicia a carreira de cineasta como assistente de direção. Torna-se conhecido mundialmente com "Rashomon" (1950), vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza e do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1954 filma outro sucesso internacional, "Os Sete Samurais", depois adaptado como western pelos norte-americanos. Em suas obras, Kurosawa é fortemente influenciado pela cultura ocidental, o que o leva a ser muito criticado em seu país. Fora do Japão, contudo, é aclamado pela crítica e pelo público. Em meados dos anos 70, recupera-se de uma séria crise pessoal, durante a qual tenta o suicídio. Dirige em 1975 "Dersu Uzala", em co-produção com a União Soviética, e ganha o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Recupera temas do Japão medieval em "Kagemusha" (1980), realizado com a ajuda do cineasta norte-americano Francis Ford Coppola. Em 1985 filma "Ran", uma adaptação da peça O Rei Lear, de William Shakespeare. Em 1990 recebe um Oscar especial pelo conjunto de sua obra. Entre seus últimos filmes estão "Sonhos" (1990), "Rapsódia em Agosto" (1991) e "Madadayo" (1993).

   

CHARLES CHAPLIN
(16 de Abril de 1889 – 25 de Dezembro de 1977, Inglaterra)

Um dos maiores comediantes do cinema. Charles Spencer Chaplin nasce em Londres, filho de atores, fica órfão de pai cedo e passa a infância em orfanatos. Em 1908 emprega-se em teatros de variedades e faz sucesso como mímico. Vai para os Estados Unidos (EUA) em 1913 e, um ano depois, começa a trabalhar em Hollywood. Em 1915 cria na comédia "O Vagabundo", seu mais famoso personagem: o vagabundo Carlitos, de bengala, chapéu-de-coco e calças largas. Tem uma vida sentimental intensa – casa-se quatro vezes, as três primeiras com estrelas do cinema. Com 54 anos, conhece a filha do teatrólogo irlandês Eugene O''Neill, Oona, de 18 anos, que se torna sua quarta mulher e com quem vive até o fim da vida, tendo seis filhos. Perseguido pelo macarthismo, muda-se em 1952 para Corsier-sur-Vevey, na Suíça. Durante a carreira, envolve-se em mais de 60 filmes, como diretor e ator. A obra que marca seu apogeu é "Em Busca do Ouro" (1925), em que aparece a conhecida dança dos pães. Alguns de seus filmes são considerados obras-primas da cinematografia mundial, como "O Garoto" (1921), ainda no tempo do cinema mudo. Depois do advento do cinema sonoro, realiza obras-primas como "Luzes da Cidade" (1931), em que Carlitos se apaixona por uma florista cega; "Tempos Modernos" (1936), que satiriza a mecanização da modernidade; e O" Grande Ditador" (1940), em que toma partido contra Hitler.

   

ALFRED HITCHCOCK
(13 de Agosto de 1899 — 29 de Abril de 1980, Inglaterra)

Com mais de sessenta filmes no currículo, a grande maioria de qualidade indiscutível, Sr. Alfred Hitchcock é um dos grandes gênios do cinema. Se auto-intitulava o “Mestre dos Suspenses”, criador de obras inigualáveis como “Psicose”, “Um Corpo que Cai” e “Intriga Internacional”. Tinha algumas peculiaridades, como quase nunca olhar pelo visor da câmera em suas tomadas (ele tinha sempre a certeza de que iriam funcionar perfeitamente), ou então de chamar seus atores de gado (isso surgiu após o escracho da profissão, em que muitos atores eram o que eram por moda, e não por amar o que fazem). Começou na Inglaterra, ainda nos anos 30, mas, depois de explodir, foi para os Estados Unidos através do consagradíssimo produtor David O. Selznick, que tinha acabado de ganhar nome na Academia, com “E o Vento Levou”. O primeiro trabalho da dupla resultou em um Oscar de Melhor Filme, para “Rebecca – A Mulher Inesquecível”. Porém, como essa categoria da premiação sempre consagra os produtores, e não os diretores, Hitchcock é uma das grandes injustiças da história da premiação, já que nunca faturara o prêmio. Se este não fez justiça às obras do gênio, o tempo foi bem mais solidário, tornando-o uma lenda com quem poucos tiveram a honra de trabalhar. Suas 6 indicações aos Oscar foram por "A Mulher Inesquecível" (1940), "Suspeita" (1941), "Um Barco e Nove Destinos" (1944), "Quando Fala o Coração" (1945), "Janela Indiscreta" (1954) e "Psicose" (1960).

   

FEDERICO FELLINI
(20 de Janeiro de 1920 — 31 de Outubro de 1993, Italiano)

Durante a adolescência, ele entrou em contato com o circo, os filmes de Hollywood e as histórias em quadrinhos americanas, que influenciariam seu estilo. Em 1937 mudou-se para Florença, onde trabalhou como caricaturista. No ano seguinte foi para Roma estudar Direito, mas acaba criando histórias em quadrinhos e canções para o teatro de revista e rádios. Começa no cinema aos 19 anos, escrevendo roteiros de comédia. Em 1945 colaborou no roteiro de um dos marcos inaugurais do neo-realismo italiano, Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini. Estréia na direção em 1952, com "Abismo de um Sonho". Casou-se em 1943 com Giulietta Masina, estrela de vários de seus filmes. Em 1953 realizou "Os Boas-Vidas". A consagração veio com "A Estrada da Vida" (1954), ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e do Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza.  Em 1957 conquistou o segundo Oscar com "As Noites de Cabíria". Em 1960 filma "A Doce Vida", que trata da decadência da burguesia italiana. Três anos depois dirige "Fellini Oito e Meio", obra autobiográfica sobre um cineasta em crise. O filme rende-lhe o terceiro Oscar. Com "Amarcord" (1973) - que quer dizer "eu me lembro" no dialeto natal de Fellini - ganha o quarto Oscar. No filme, reconstrói sua juventude em Rimini durante a ascensão política do fascismo. O último sucesso de público é "E la Nave Va", rodado em 1983. Dez anos depois recebe mais um Oscar, pelo conjunto da obra. Seu último filme foi "A Voz da Lua" (1990).

   

HAYAO MIYAZAKI
(5 de Janeiro de 1941, Japão)

Miyazaki começou a trabalhar como animador em 1963. Em 1978 ele escreveu e dirigiu sua primeira série de televisão para a rede japonesa NHK, chamada “Conan, o Garoto do Futuro”. A série, de 26 episódios, já mostrava muitos dos temas que iriam aparecer na carreira de Miyazaki: a preocupação ecológica, uma história passada em um mundo “paralelo”, um casal jovem ligado por um forte laço de amizade e cenas de batalhas aéreas. Em 1984, junto com seu sócio Isao Takahata, ele lança o animado “Naushika do Vale do Vento”, uma obra prima da animação japonesa baseada no seu mangá de mesmo nome. O sucesso de Naushika levou à criação do Estúdio Ghibli. Em 1986 ele escreve e dirige “Láputa – Castelo no Céu”, um grande animado de aventuras que conta a história de um garoto e uma garota que vão em busca de uma cidade mítica chamada “Láputa” (baseada nos livros de Jonathan Swift, “As Viagens de Gúliver”). Em 1988 Miyazaki fez seu filme mais voltado ao público infantil, “Meu Vizinho Totorô”, uma fantasia sobre duas irmãs que tem um amigo (imaginário?) mítico que mora em um bosque encantado. O trabalho de cores e de animação é maravilhoso e Miyazaki começou a chamar a atenção no Ocidente. Curiosamente, a exibição de “Totorô”, no Japão, foi acompanhada por uma animação dirigida pelo sócio de Miyazaki, Isao Takahata, chamada “Cemitério de Vaga-Lumes”.


Após lançar “Kiki’s Delivery Service” (1989) e "Porko Rosso" (1992), Miyazaki produziu e lançou a obra prima “Princesa Mononokê” (1997), uma superprodução passada no Japão feudal, que foi lançada no resto do mundo. Mas a consagração no Ocidente veio mesmo com o Oscar de Melhor Filme Animado por “A Viagem de Chihiro” (2001), uma maravilhosa aventura de uma menina em um mundo mítico (fortemente baseado nas lendas japonesas). Em 2005, chegou aos cinemas "O Castelo Animado" (2004), com mais prêmios (como a indicação ao Oscar de melhor animação) e uma bilheteria de arrasadora ao redor do mundo.

   

MEL BROOKS
(28 de Junho de 1926, EUA)

Mel Brooks, nome artístico de Melvin Kaminsky, venceu o Oscar em 1968 pelo filme "Primavera para Hitler" (que refilmou em 2005), além de diversas outras indicações. Tornou-se conhecido pela produção (em parceria com Buck Henry) da série de TV "O Agente 86", exibida no período de 1965-1970. Sua especialidade era a paródia dos diversos gêneros cinematográficos: depois de satirizar os filmes de agente secreto com o impagável Agente 86 (interpretado por Don Adams), a partir da década de 70 Brooks faria o mesmo com os western ("Banzé no Oeste", com um xerife negro), terror ("O Jovem Frankenstein" e "Drácula - Morto mas Feliz"), aventura ("A Louca História de Robin Hood"), Suspense ("Alta Ansiedade"), filmes bíblicos ("História do Mundo - Parte 1"), ficção científica ("S.O.S. - Tem um Louco Solto no Espaço") e cinema mudo ("A Última Loucura de Mel Brooks"). Ele gostava de dirigir um grupo seleto de comediantes, que se repetem em seus filmes, sejam como protagonistas, sejam em participações especiais: Gene Wilder, Dom DeLuise — que apareceu em 12 filmes de Brooks — Madeline Khan, além de sua esposa Anne Bancroft que trabalhou com ele em "Sou ou Não Sou" e "A Última Loucura de Mel Brooks". Pelo musical "Os Produtores",  Brooks faturou 3 Tony Awards, nas categorias Melhor Musical, Melhor Trilha Sonora e Melhor Book Musical.

   

INGMAR BERGMAN
(14 de Julho de 1918 — 30 de Julho de 2007, Suécia)

Filho de um pastor luterano, o ambiente religioso em que passou a infância influenciou sua formação moral e intelectual. Na adolescência já se sentia seduzido pelo cinema, a cujos recursos expressivos dava grande valor. Em seu primeiro filme, "Crise" (1945), reflete-se o pessimismo do pós-guerra europeu. Em 1949, ao realizar "Prisão", Bergman iniciou uma fase em que dois temas fundamentais coexistem: um, de caráter filosófico, em torno de questões como a existência de Deus ou do bem e do mal; outro, de tipo satírico, centrado nos problemas da falta de comunicação entre as pessoas. Em 1956, no início de outra fase, procurou desesperadamente alguma revelação que o ajudasse a compreender a vida, em toda sua extensão, e o mistério da morte. O filme mais representativo de Bergman, na época, foi "O Sétimo Selo" (1957), alegoria ambientada na Idade Média, com que obteve fama mundial. No mesmo ano conseguiu grande sucesso no festival de Cannes com "Sorrisos de uma Noite de Verão" (1955). Dessa fase são também "O Rosto" (1958), "A Fonte da Donzela" (1959) e "Através de um Espelho (1960). Em "Gritos e Sussurros" (1972) e "Sonata de Outono (1978) pretendeu evitar sua visão angustiada da realidade e ofereceu uma alternativa esperançosa às protagonistas femininas, freqüentes em seus filmes. Acabou ganhando o Oscar para o Melhor Filme Estrangeiro, por "Fanny e Alexander".

   

FRANÇOIS TRUFFAUT
(6 de Fevereiro de 1932 — 21 de Outubro de 1984, França)

Cineasta das paixões, e tido por uns como o homem que melhor filmou o amor, Truffaut foi por toda a vida um admirador fervoroso do cinema. Não à toa, sua carreira teve início na crítica cinematográfica, em semanários de pequena tiragem e, mais tarde, na famosa Cahiers du Cinéma, do amigo e "padrinho" André Bazin, a quem Truffaut dedicaria, anos depois, seu primeiro longa metragem. Assistente de direção de Roberto Rossellini, nos anos de 1960 e 1970 revelou-se um dos cineastas mais importantes da França. O seu primeiro filme, "Os Incompreendidos" (1959), foi entusiasticamente acolhido pela crítica. O filme é considerado uma das primeiras manifestações da "Nouvelle Vague", corrente integrada por jovens diretores em busca de um tratamento pessoal da realidade. A história do protagonista, um jovem problemático, foi desenvolvida em filmes posteriores, como "L'Amour à Vingt Ans" (1962) ou "Beijos Proibidos" (1969), nos quais contou com o mesmo ator, Jean-Pierre Léaud. Outros filmes importantes são "Jules e Jim" (1961), "Fahrenheit 451" (1966), "A Noiva Estava de Preto" (1967), "O Menino Selvagem" (1969), "L'Histoire de Adèle H." (1975) e "O Último Metrô" (1980). Truffaut dirigiu também "A Noite Americana" (recebeu 1 indicação no Oscar na categoria de Melhor Diretor), "A Mulher do Lado", "As Duas Inglesas e o Amor" e "Um Só Pecado".

 

 
 

 


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